Neste artigo vamos falar sobre morfologia. É obvio que existem outros critérios de peso. Se o caráter e a pessoalidade do animal não prestam, nem a mais perfeita morfologia resolveria o fim de problemas que um cavalo assim consegue produzir.


Os indícios mais disponíveis para um cavaleiro avaliar o potencial de um cavalo para o esporte escolhido são os dados fornecidos pelo esqueleto do animal.

No meu caso em particular dou importância ao olhar de um cavalo. Acredito que o olhar do cavalo tem que expressar um comportamento franco, confiante, curioso com o que acontece ao redor e ausência de agressividade e medo. Se o olhar do cavalo não me agrada, não quero saber dele.

Ao falarmos de morfologia também estamos falando sobre mecânica, alavancas, molas e transmissão de força. Os músculos podem-se observar, apalpar, fazer crescer ou degenerar a curto prazo, fazendo os exercícios apropriados.

Tendões, ligamentos e articulações são uma área na regra fora da possibilidade realista de avaliação por um cavaleiro. Em casos de duvida, só um bom veterinário pode dar as respostas.

Por exemplo, para aumentar a carga dos tendões em 10%, a progressão dos exercícios deve-se estender por seis meses. Um tendão que começa a manifestar problemas, devido a uma sobrecarga constante ou frequente, praticamente não tem recuperação confiável, mesmo a longo prazo.

Os indícios mais disponíveis para um cavaleiro avaliar o potencial de um cavalo para o esporte escolhido são os dados fornecidos pelo esqueleto do animal. O esqueleto vem pronto. Em relação as posturas, nada pode-se alterar. Dependendo das proporções entre os componentes do esqueleto e das angulações visíveis das articulações, pode-se formar uma opinião realista do potencial do cavalo para o esporte desejado.

Especialmente no Adestramento Clássico vale a constatação, que quanto mais o esqueleto foge do ideal, mais limitado será o resultado possível, mesmo com uma ginástica competente e paciente do cavalo.

Para praticar os diversos exercícios do Adestramento Clássico, o cavalo será capaz de assumir e manter durante um intervalo adequado as devidas posturas e, ao mesmo tempo, produzir movimentos de alta qualidade.

Com o cavalo parado, olhando para ele de frente e de garupa, as pernas tem que ser retas, com os cascos alinhados para a frente. Os jarretes não devem mostrar desvios para dentro ou para fora.

Olhando o cavalo parado de lado, deve existir um espaço adequado entre as ganaxas e o atlas (primeira vértebra cervical), para facilitar uma posição confortável da parótida, a fim de permitir a colocação correta da cabeça e do pescoço.

O pescoço deve sair do tronco na altura da cernelha, inclusive para permitir a correta angulação e uma ampla movimentação da espádua.

Os ângulos ideais nas articulações são de 45, 90 e 135 (45+90) graus. Por exemplo, a espádua com o pescoço 90 graus. A espádua com a horizontal em 45 graus. Casco e quartela alinhados, formando 135 graus com a perna. A espádua com o braço 90 graus. O braço com o antebraço 135 graus. O coxal com a horizontal 45 graus. O coxal com o fêmur 90 graus. O fêmur com a perna 135 graus. O jarrete 135 graus, sendo as canelas posteriores alinhados com as nádegas do cavalo. Observam-se com frequência ângulos diferentes, porém estes devem ser consideradas desvios dos ângulos ideais.

As proporções dos ossos entre si permitam outras conclusões importantes. Uma espádua bem cumprida e um braço curto posicionam o anterior mais para a frente, facilitando a leveza. Um braço cumprido coloca o anterior bem debaixo do cavalo em posição atrasada, dificultando a leveza da frente. Um coxal curto com um fêmur cumprido leva o posterior debaixo da massa. Uma proporção contrária coloca o posterior demais para trás, dificultando ou até impossibilitando a reunião adequada. A proporção antebraço e canela, como também a perna traseira com a canela posterior tem influência chave para movimentos mais esticados ou mais elevados.

Antebraço comprido e canela curta estica o movimento do anterior. Antebraço curto e canela comprida eleva o movimento dos anteriores.

Colocando o cavalo num trote vivo, o ideal é observar um paralelograma entre a linha do cotovelo ao casco do anterior avançado, com a linha da canela posteriores no avanço máximo. Também existe o paralelograma indesejado com anterior e posterior na posição de atraso máximo. Se a silueta mostra um trapézio que abre para cima, normalmente liberando as espáduas consegue-se corrigir o cavalo para eventualmente mostrar o paralelograma desejável.

Um cavalo que mostra um trapézio invertido, com a base aberta embaixo, muitas vezes, com um coxal quase na vertical, na regra somente serve para trabalho de tração.

Muito importante é um dorso horizontal. Cavalos que são mais altos na frente ou, o que é pior, mais altos atrás, são aconselhável não investir dinheiro e esforço.

Adquirindo prática julgando segundo os parâmetros de ângulos e proporções do esqueleto serve tanto para estimar as possibilidades futuras do cavalo como também nortear o treinamento dele no presente.

Autor: Helmut Grubbe

Fonte: Revista Horse

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