A alimentação dos equinos atletas deve ser adaptada conforme sua respectiva modalidade e exigência individual, atendendo as necessidades de mantença e as adicionais, como por exemplo, o desgaste gerado através dos exercícios. A importância da nutrição balanceada aliada ao manejo e treinamento correto dos cavalos são fatores determinantes sobre o desempenho do animal em prova. Para um bom manejo nutricional de equinos é necessário primeiramente conhecer a anatomia e a fisiologia do seu sistema digestório, bem como o comportamento alimentar, pois algumas particularidades da espécie impossibilitam ou dificultam a ingestão e absorção de alguns alimentos (PRIMIANO, 2010).

Para iniciar o manejo nutricional desses animais, deve-se considerar o sistema adotado pelo criador, animais mantidos em baias ou em pastagens possuem exigências diferentes. Em ambos os sistemas é preconizado o fornecimento de volumoso e que o mesmo faça parte de pelo menos metade da dieta. Animais que são mantidos em pastagens comumente necessitam de suplementação, devido ao fato de que, apesar de existirem pastagens com bom valor energético, somente o seu fornecimento não é suficiente para suprir as necessidades adicionais de um cavalo atleta, o fornecimento de concentrados que possuam milho e/ou farelo de soja são os mais utilizados.

Já os animais que são mantidos em baias, necessitam se alimentar de forragens para que seu sistema digestório funcione adequadamente, sendo que o fornecimento de feno de qualidade é o mais indicado (PRIMIANO, 2010).

Os alimentos utilizados na dieta dos animais são os mesmos em todas as modalidades, mudando apenas na quantidade fornecida. Devemos levar em consideração a exigência energética de acordo com o exercício, pois, exercícios de longa duração possuem um gasto energético diferente dos de duração curta, assim como a intensidade do exercício influencia nessa demanda, assim sendo, o principal componente da alimentação do cavalo atleta deve ser os alimentos ricos em energia. Para isso recomenda-se o fornecimento de rações com alto teor energético e que sejam assimiladas facilmente, com suplementação na forma de óleos. Do mesmo modo que o fornecimento de alimentos energéticos é essencial, se o mesmo for realizado de forma equivocada pode ser prejudicial ao desempenho e até mesmo a saúde dos animais (PRIMIANO, 2010; PIMENTEL et al., 2013).

Tão importante quanto suprir as necessidades energéticas, é repor as perdas eletrolíticas que os animais sofrem durante os treinamentos ou provas, ocasionadas pelo suor. Além disso, o cavalo é uma espécie com alta exigência mineral, por isso a suplementação com sal mineral que contenha cálcio, sódio, potássio e magnésio na composição é fundamental. A deficiência desses minerais, bem como excesso de outros compostos, como por exemplo o fósforo, pode causar lesões graves nos tendões, articulações, músculos e cascos (PIMENTEL et al., 2013).

As proteínas são importantes para a mantença do organismo, mesmo não sendo o principal nutriente para cavalos atleta. A exigência proteica normalmente é suprida pela ingestão de volumoso, a alfafa é um exemplo de volumoso com alto teor de proteína, mas não deve ser fornecida exclusivamente, pois carece de outros nutrientes. A lisina e metionina são aminoácidos essenciais de suma importância na alimentação dos equinos, especialmente aos atletas e devem ser suplementadas caso a ração fornecida não forneça a quantidade necessária (PRIMIANO, 2010).

Assim como os outros nutrientes, a deficiência de vitaminas pode comprometer o desempenho dos animais e até mesmo suas funções orgânicas, algumas delas participam na produção de energia durante a contração, bem como na multiplicação das células musculares, por isso, cavalos atletas que não estejam recebendo suplementação vitamínica, principalmente as do complexo B, podem ter queda no rendimento e ficando mais propenso à fadiga muscular (PRIMIANO, 2010).

O fornecimento de ácidos graxos como Ômegas 3 e 6 na alimentação de equinos em provas deve ser levada em consideração, os cavalos não sintetizam esses nutrientes, e por possuir efeito anti-inflamatório, são essenciais para manter a integridade dos cascos e prevenir doenças nos músculos e articulações (PRIMIANO, 2010).

Sobre o manejo alimentar de equinos em prova, alguns cuidados devem ser tomados, como evitar mudanças repentinas na dieta, principalmente nas semanas que antecedem o evento. Os animais que competem em provas de longa duração, devem receber forragem a vontade, já para os que competem em provas de curta duração, deve-se diminuir a disponibilidade desse alimento, para que o peso intestinal não interfira na performance. Em geral os alimentos fornecidos aos animais devem ser de boa qualidade, inclusive os ingredientes usados nas rações; o concentrado deve ser sempre pesado e fornecido de forma fracionada; evitar períodos de jejum prolongado; suplementar nutrientes necessários; manter sal mineral e água ad libitum (CINTRA, 2010).

Autores:

Bianca De Fatima Dallo. Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária pela Universidade Federal Da Fronteira Sul – Campus Realeza/PR.

Guilherme Romeiro De Carvalho. Acadêmico do 7º período do curso de Medicina Veterinária pelo Centro Universitário Barão de Mauá – Ribeirão Preto/SP.

Referências Bibliográficas

CINTRA, A.G.C.  O Cavalo: Características, Manejo e Alimentação. 1. ed. São Paulo: Roca, v. 01, p. 364, 2010.

PIMENTEL, M.M. et al. Manejo nutricional de equinos utilizados em provas de vaquejada no Rio Grande do Norte, Brasil. Acta Veterinaria Brasilica, v.7, n.1 p.61-65, 2013.

PRIMIANO, F.M. Manejo e Nutrição do Cavalo Atleta. Pet Food Brasil. p. 16-18. 2010.

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