Divinópolis tem a maior parte dos criadores na região. Daniel Borja, presidente da ABCCMM, falou sobre crescimento do mercado.
Na contramão dos prejuízos que afetam vários segmentos produtivos no Brasil, o mercado nacional do cavalo mangalarga marchador espera vender 25% a mais em 2016 na comparação com 2015, quando faturou cerca de R$ 100 milhões. Minas Gerais tem 7.200 criadores registrados na Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM). O Centro-Oeste de Minas concentra 150 deles.
De acordo com André Henrique Oliveira, presidente de uma associação regional, o setor gera milhares de empregos diretos em áreas como veterinária, transporte, produção e fornecimento de rações e outros insumos.
Divinópolis concentra a maior parte dos criadores na região. De acordo com o diretor do Núcleo Centro-Oeste dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, são 60 na cidade. Ele afirma que a adesão de novos associados é constante.
“É um setor que está em alta, com adesões crescentes. Somente neste ano de 2016 já foram realizados dez eventos de peso no Centro-Oeste, nos quais os criadores participam de cursos de qualificação onde aprendem tudo sobre a raça”, explicou.
Um desses criadores é Paulo Barros. Ele conta que montou em um cavalo pela primeira vez aos seis anos de idade. Aos 15, passou a criar o animal. “Gosto de usar o cavalo em minhas horas de lazer, para poder descansar e combater o stress do dia a dia. Montar em um mangalarga e sair passeando pelas estradas e pelos campos”.
A raça de porte médio é brasileira e surgiu há cerca de 200 anos. Dom João VI trouxe para as terras tupiniquins os melhores cavalos de elite da Europa. Cruzados com os animais locais, eles começaram a definir o mangalarga marchador. “Um cavalo inteligente e fácil de ser adestrado”, acrescentou Paulo.
Em Minas e no Brasil
O mineiro Daniel Borja é presidente da ABCCMM, que tem 12 mil associados em todo o país. “Minas Gerais representa 60% desse total, com 7.200 inscritos. O Estado se sobressai porque nele ocorrem muitas cavalgadas e exposições. Por ser um animal de sela, o mangalarga marchador cai no gosto de todo mundo. Quem o conhece logo o ama de paixão”, pontuou.
A crescente adesão permite que o setor siga pela contramão de vários outros segmentos econômicos. “São 200 novos associados por mês. Desde o início de 2016 até este mês de julho, já foram realizados mais de 100 leilões. A raça conta com plantel de 600 mil cabeças no país”, detalhou.
Dicas de negócio
O preço de um mangalarga marchador varia de acordo com a linhagem e títulos que o animal conquistou. Exemplares destinados ao uso em cavalgadas podem ser adquiridos por preços com os quais é possível comprar motocicletas e até carros. “Existem premiações que são concedidas a animais desde os 14 meses de vida até a idade adulta. A diferença de preço não está na idade, mas na qualidade genética. Não existe uma tabela, como ocorre com o animal bovino. Um cavalo pode valer de R$ 3 mil a R$ 3 milhões”.
Na maioria das vezes, quem começa um empreendimento com mangalarga marchador compra primeiro potros. Isso porque os preços de animais mais novos costumam ser mais acessíveis. “Um potro custa entre R$ 7 mil a R$ 30 mil. Quem adquire o animal mais novo pode apostar no desenvolvimento dele e lucrar com isso depois. Você compra um por R$ 30 mil e depois vale R$ 900 mil. É um investimento em longo prazo”, ensinou.
No leilão que concentra animais com até 18 meses, foram 45 oferecidos lotes no primeiro semestre de 2016, sendo que os preços variaram de R$ 15 mil a R$ 30 mil. Somente em 2015, foram mais ou menos 50 leilões do tipo.
O preço aumenta à medida que o animal conquista títulos. A principal dica, segundo o especialista, é consultar um assessor de vendas do mangalarga marchador antes de investir. “Alguém que saiba e entenda sobre a raça, que poderá orientar o novato no ramo, para que não compre o que não precisar comprar”, acrescentou.
Reprodução do G1 Centro-Oeste de Minas, autor Ricardo Welbert
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