Atualmente, criadores em todo o mundo têm utilizado a silagem de milho para reduzir o consumo de rações concentradas, minimizando a possibilidade de ocorrer distúrbios metabólicos pela alta ingestão de alimentos energéticos como o amido.

Apesar de muito utilizada na Europa, como comprova Hanche-Olsen et al. (2008), em um estudo realizado na Noruega, das 27 fazendas analisadas, 25 (mais de 90%) utilizam a silagem de milho como principal componente volumoso da dieta. No Brasil ainda é pouco utilizada.

De acordo com as características fisiológicas dos equídeos, a dieta fornecida a eles deve ser completa e balanceada, sempre com água limpa a vontade. É importante destacar que o consumo destes animais é definido pela ingestão de pequenas quantidades de alimento por refeição, mas várias vezes ao dia. Um dos importantes fatores que aumentam o consumo e eficiência da utilização da dieta é a água limpa de qualidade sempre disponível.

Para uma dieta completa e balanceada, primeiramente deve-se caracterizar o animal de acordo com a atividade exercida por ele, seu peso, tamanho e sua idade. Ao estabelecer esta caracterização, define-se a exigência nutricional do animal.
A dieta total fornecida aos equídeos é calculada para suprir integralmente as suas exigências nutricionais, e é composta por água, proteínas, carboidratos, lipídeos, sais minerais e vitaminas, que são oriundos de diversas fontes como volumosos, concentrados, suplementos minerais, proteicos, entre outros.

Visto que o componente mais caro da dieta é o concentrado, seja ele rações comercias ou misturadas na fazenda, e que o volumoso deve ser no mínimo metade da quantidade de alimento fornecida diariamente, a silagem de milho é uma boa alternativa para equídeos, pois apesar de ser um alimento volumoso, possui alta energia pela alta concentração de grãos de milho. Além de suas características físicas e químicas desejáveis, a sua utilização determina redução do gasto com concentrados aos proprietários.

Não existe constatação de toxidez e/ou fatores anti-nutricionais em equídeos que consomem silagem de milho, mas a mesma deve ser de qualidade, com coloração amarelada, cheiro agradável, com tamanho de partículas variando de 0,5 a 2,5 cm, deve-se apresentar bem compactada no silo, com matéria seca em torno de 30 a 32% e com alta concentração de grãos, os mesmos devem estar feridos ou machucados, visando a maior disponibilidade do amido para a absorção do animal.

A adição da silagem de milho como volumoso deve ser gradativa e avaliada pelo técnico responsável pela nutrição da tropa, não deve apresentar fungos, contaminação por toxinas, mau cheiro, grãos ardidos, excesso de chorume, grande quantidade de grãos inteiros, pois estes fatores podem causar problemas intestinais como cólica e até mesmo problemas neurológicos.

Recomenda-se juntamente com o fornecimento da silagem de milho, outra forrageira como opção para o animal, pois por se tratar de um alimento fermentado, sua palatabilidade é diminuída e pode causar interrupção no consumo.

Na região de Viçosa-MG é comum o consumo de silagem de milho por equídeos, principalmente os de trabalho das propriedades que na maioria das vezes são especializadas na produção leiteira e possuem este alimento como principal componente da dieta dos bovinos. Não foi observado nenhum caso em que a silagem de milho trouxesse prejuízos aos animais. Mas o cuidado para não haver outros aditivos neste alimento, como uréia, é constante. Pois a uréia por causar intoxicação e levar o animal até mesmo a morte.

Silagem de Milho
Silagem de Milho

Portanto, a utilização da silagem de milho como principal volumoso, seja durante todo o ano ou nas épocas secas onde a pastagem e o capim possuem piores qualidades nutricionais, é bastante interessante. A mesma também reduz a necessidade de inclusão de alimentos energéticos, mas não dos alimentos proteicos. Contudo, reduz consideravelmente o custo da dieta. Pode ser fornecida sem grandes precauções desde que bem feita e fornecida corretamente de acordo com as recomendações do técnico responsável pela nutrição.

“Na produção de equinos ainda há uma carência de informações técnicas e uma presença bem maior de preconceitos que em outras espécies. Isso pode ocorrer tanto pela escassez de trabalhos de pesquisa e pela não divulgação do conhecimento existente, quanto pelo aumento de pessoas que interagem com cavalos e que ignoram os conceitos fisiológicos e nutricionais mais básicos destes animais.”

Autor:
Edgard Loureiro Silva
Engenheiro Agrônomo

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